O Dobermann foi visto pela primeira vez no Brasil por volta de 1920. Estes cães trazidos ao País pelos consulados dos países europeus e por filhos de famílias brasileiras proeminentes, que foram estudar na Europa. Naquela época, havia pouco interesse em registrar cães e, assim, a criação desses animais foi perdida, uma vez que os pedigrees não eram mantidos ou registrados. Duas famílias, entre os primeiros donos de dobermann, tentaram rastrear os pedigrees de seus cães para fins de reprodução. Trata-se das famílias Amaral e Negueina.
Até 1950 não havia um esforço sério para criar Dobermanns, sendo três canis os principais responsáveis pela formação que se tornou a base dos cães de hoje:
-O canil Haus Viking, localizado em São Paulo, pertencente a Suzanne Blum, que importou vários cães de Von Forell, Von Furstenfeld e La Moliere Kennels.
-O canil Tabajara do Norte, localizado em Recife e de propriedade de Solon Frota, importou vários cães, incluindo Campeões da Alemanha, principalmente das linhas de Von Furstenfeld. Solon dedicou uma grande parte de sua vida à raça, mas desistiu porque não concordava com os testes de temperamento, muito severos, que a raça era submetida a fim de fechar o campeonato.
-O Night Star Kennel, localizado em São Paulo, do Dr. Erwin Walderman Rathsam, mas ele também deixou a raça pela mesma razão do Solon Frota.
No início da década de 1960 muitos canis foram iniciados, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Paraná e Goiás. Estes canis criaram principalmente tendo como base as linhas existentes, que eram da Europa. Nesse período clubes especializados foram formados e ajudaram a raça a ganhar aprovação/ aceitação e assim contribuíram muito com desenvolvimento da raça. Os Dobermanns começaram a competir, como cães de guarda, com o cão pastor alemão tendo a vantagem de possuir pelo curto, o que era um grande trunfo em um país com clima tropical. Assim a raça foi muito procurada pelas forças policiais civis e militares.
Em 1979 o Presidente do Conselho de Raça Dobermann, Dr. Fabio D’Imperio, e o Presidente da Confederação dos Kennel Clube do Brasil, Dr. Eugenio Henrique Pereira Lucena, removeram a exigência das provas de trabalho para a obtenção dos títulos de beleza e conformação.
Sergio Caps tentou ao longo dos anos manter contato com os criadores dos Estados Unidos, principalmente através do Dobermann Pinscher Club of America mas não foi até 1973, quando ele foi capaz de participar de um Westminster, que ele fez qualquer contato real. Neste show ele conheceu Peggy Adamson e eles se tornaram amigos. Em 1974 ela veio ao Brasil para julgar uma exposição especializada e durante esse tempo ficou com Sérgio e sua esposa. Nesse período eles estreitaram o contato, possibilitando assim melhorar nosso relacionamento com os criadores dos Estados Unidos. Após esse período ela voltou ao Brasil mais quatro vezes. Além de Peggy, também tivemos o prazer de ter outros criadores de elite julgando nossos shows como Frank Grover, Marge Kilburn e Paul Combs. Eles não apenas julgaram, mas também deram palestras para os membros do nosso clube e participaram de reuniões de juízes, simpósios e outros eventos em nosso país.
Como resultado desse intercâmbio foram importados vários dobermans, o que contribuiu muito para a melhoria do plantel brasileiro. Entre esses cães estão Int. Mariemburg Sunbonnet, um multi vencedor Best in Show, CH. Gilda von Marienburg, de Tanre multi Best in Show, CH. Damasyn Darcy, Ch. Damasyn Apenas uma Explosão, ch. Sabre de Aramis, Ch. Alisaton’s Civanti von Mantua e Ch. Canção de Amor Blackberry da Arabar. Em 1980 Sergio Caps importou Alistaon Time Out-SC D´mascus, um macho marrom.
Foi somente na década de 1960 que a raça Dobermann começou a contar os melhores prêmios em alguns de nossos shows. Tal cão era Ch. Othelo von Haus Viking, de propriedade de Suzanne Blum, que ganhou vários grupos. Entre 1968 a 1973 Sergio Capps com Int. Ch Boddo von Oldemburg obteve 17 Melhores Shows e 2 prêmios especiais.
Outros cães ganhadores foram Ch. Carmem Von Haus Viking, propriedade de Suzanne Blum, CH. Charlotte de Black Devil´s, Int. Ch.Burgoz of Strong, Int. CH. Graça da Bellafont, Int. CH. Oris de Aletheia, Itn. CH. Marienbrurg Sunbonnet, Int. CH. Bareta de Casablanca. Graças a estes cães, a raça torna-se a segunda em registro neste momento.
Entre os canis proeminentes, naquela época, estavam o Canil Mantua de Marcia e Marcio Massari, Canil Oldenburg de Ernesto Gaida, Haus Viking de Suzzane Blum, Schloss de Sonia e Umberto Palumbo, Rancho Grande de Marcos Hotz, todos localizados em São Paulo.
No Rio de Janeiro havia Casablanca de propriedade de Luiz Motta. Em Goiás, SC de propriedade de Sergio Capps. No Paraná Henik de propriedade de Juan Carlos De Lucca. Na Bahia, Moxoto era de propriedade de Pedro Ivo Aureliano. Todos estes são baseados em linhas de sangue da América do Norte.